Nossa Viagem a Tiradentes e São João Del Rei – 07 a 10 de janeiro de 2015.
Colocamos o pé na estrada as 08h50 do dia 07, rumo a Tiradentes.
Escolhemos para a ida o caminho a partir de Cachoeira Paulista. Mais rápido e
mais tranquilo por um lado, por outro, se tiver algum problema no carro vai
esperar muito por ajuda.
Imagem google maps.
Um pouco de história... Tiradentes foi fundada em 1702 como Arraial Velho de Santo Antônio da
Ponta do Morro. A grande quantidade de ouro encontrada lá a elevou a categoria
de Vila em 1718 e passou a se chamar de São José Del Rei. Só em 1889, recebeu o
nome de Tiradentes, em homenagem ao seu filho, um dos líderes da Inconfidência
Mineira. Tem cerca de 8 mil habitantes, está a 892 m de altitude e tem cerca de
pouco mais de 83 mil km².
Chegamos por volta das 16h, pois tivemos alguns problemas no carro e foi
preciso parar em Cruzilha. Paramos para perguntar sobre
a rua da pousada que havíamos reservado pelo Booking.com, pois o mapa das atrações turísticas que eu havia impresso, não ajudava. Informação conseguida, seguimos o caminho.
Escolhemos a Pousada Boa Vista. A escolha foi feita baseada,
principalmente, no valor, que foi de R$ 420,00 por 3 diárias com café da manhã
em quarto para casal. As donas da pousada, a Cleide e a Juliana, mais a
recepcionista (que me fugiu o nome agora, me perdoe), foram super simpáticas, sempre se
oferecendo para qualquer dúvida ou problema.
Foto do site booking.com
O quarto, simples, mas bonito. O banheiro também simples, cortina no
lugar do box, mas tudo super limpo. Um probleminha foi a pia, muito baixa,
inclusive para os meus 1,70, imagina então, para o meu namorado que tem quase 1,90?
A piscina estava longe de ser a das fotos, com água cristalina e entorno
cuidado. A água estava embaçada, cercada de roupas no varal para todos os
lados. Mas isso é detalhe, você fica batendo perna o dia todo, acaba não usando anyway, apesar do calor, mas achei que valia a menção. O café da manhã também bacana, tudo fresco e gostoso. A noite, era servido um caldinho
que não chegamos a provar, pois preferimos sair e curtir os bares da cidade
histórica.
A única real desvantagem da pousada é a distância do centro histórico:
pouco menos de 2 km, mas em subida. A pousada Boa Vista fica na estrada que vai
para o Distrito de Bichinho, reduto de artesãos e onde fica um dos restaurantes
mais badalados (e que infelizmente não conseguimos ir), o Tempero da Ângela. Ao
mesmo tempo, era super tranquilo e tinha uma belíssima vista. Não é o fim do mundo ter que usar o carro para ir ao centro histórico todos os dias, existem pousadas até bem mais
distantes do que a que escolhemos, mas não usar o carro, fazer tudo a pé teria
sido menos cansativo.
Vista da Pousada Boa Vista
Vista da Sacada do Quarto na Pousada Boa Vista
Bom, chegando na pousada, deixamos as malas e saímos para dar uma volta e
almoçar, pois não paramos no meio do caminho. Na verdade, um almojanta.
Como estávamos morrendo de fome, não ficamos procurando muito. Entramos
no primeiro restaurante aberto. Escolhemos o Barouk Chopp Beer Café, no Largo
das Forras. Pedimos um filé mignon com molho de gorgonzola que estava
delicioso! Além disso, a cerveja geladíssima e o atendimento gentil fizeram
ainda mais a nossa alegria. Caminhamos um pouco e voltamos para a pousada.
Banho, troca de quarto (o chuveiro estava queimado), mas sem drama, tudo tranquilo e com a gentileza da Juliana. Um banho revigorante (calor fenomenal, beirando os 35⁰ C!) e um cochilo. Por volta das 21h, fomos para o Largo das Forras (cercada de pousadas, restaurantes e lojas de artesanato, é o "ponto quente" de Tiradentes). Queríamos um restaurante de comida mineira, mas na quarta-feira, a maioria fechou por volta das 19-21h. Então, decidimos por um boteco, o Bar Conto de Réis. Barzinho mineiro simples, onde fomos atendidos pela própria dona, a Beth. Pedimos uma gelada e uma porção de costelinha (di-vi-na) e depois, pastel de angu (maravilhoso também!). Mais uma caminhadinha e voltamos a pousada.
Foto site tripadvisor.
Cerveja Mineira Bäcker - Muito boa!
Banho, troca de quarto (o chuveiro estava queimado), mas sem drama, tudo tranquilo e com a gentileza da Juliana. Um banho revigorante (calor fenomenal, beirando os 35⁰ C!) e um cochilo. Por volta das 21h, fomos para o Largo das Forras (cercada de pousadas, restaurantes e lojas de artesanato, é o "ponto quente" de Tiradentes). Queríamos um restaurante de comida mineira, mas na quarta-feira, a maioria fechou por volta das 19-21h. Então, decidimos por um boteco, o Bar Conto de Réis. Barzinho mineiro simples, onde fomos atendidos pela própria dona, a Beth. Pedimos uma gelada e uma porção de costelinha (di-vi-na) e depois, pastel de angu (maravilhoso também!). Mais uma caminhadinha e voltamos a pousada.
Largo das Forras
Foto site tripadvisor
08 de janeiro
Acordamos, café e centro histórico! Conseguimos um mapa da cidade na pousas, o que é imprescindível para se aventurar. Primeiro fomos comprar as passagens
para o trem Maria fumaça que vai de Tiradentes a São João Del Rei. Só ida custa
R$ 40,00, ida e volta R$ 56,00 (ida as 13h e volta as 15h). Quando chegamos lá
fomos abordados pelo Joel, um guia turístico que nos ofereceu um passeio:
compraríamos a ida 40 reais e ele estaria nos esperando em São João Del Rei, numa van
com ar condicionado para uma visita monitorada a diversos pontos turísticos, a uma fábrica de estanho e o retorno a Tiradentes por volta das 16h, O passeio ficou R$ 30,00 por pessoa. Pensamos e aceitamos.
De volta ao centro histórico resolvemos, por causa do calor e do Sol
intensos, ir de carro aos pontos mais distantes e depois andar a pé pela parte
baixa.
Primeiro começamos pela Igreja de Santo Antônio de Mojica. Chegando lá,
estava fechada e só abriria por volta das 15h. Mas o Seu José, o responsável,
pelo cuidado da minúscula igrejinha, acabou deixando a gente entrar. Por fora,
ela está mal cuidada, mas por dentro esta super conservada. Batemos um papo com
o Seu Zé ainda, que contou um pouco dele, da Serra de São José (um maravilhoso
paredão de rocha que cerca uma parte de Tiradentes e que é de tirar o fôlego de
tão linda).
Santo Antônio de Mojica
Continuamos e fomos até a Igreja das Mercês, mas também estava fechada.
Dali, subimos um morro e fomos até a Igreja São Francisco de Paula, também
fechada, mas que nos permitiu ter uma bela visão da cidade histórica, além de
um encontro não esperado, com um pequeno sagui!
Igreja das Mercês
Igreja de São Francisco de Paula
O Sagui
Dali, fomos até o Chafariz São José, de 1749. Mas ele está em péssimo
estado de conservação. Contrastando com a maioria da cidade, muito bem preservada.
Chafariz São José
Depois fomos até as Igrejas Matriz de Santo Antônio e de Nossa Senhora dos Rosários dos Pretos. Todas lindíssimas, bem conservadas, no autêntico estilo barroco.
Igreja Matriz de Santo Antônio
Igreja Nossa Senhora dos Rosários dos Pretos
Passamos ainda pela antiga cadeia, Câmara Municipal, Museu da Liturgia. Mas além dos pontos históricos, a cidade em si é
belíssima. Andar por aquelas ruas de pedra, construídas por mãos de escravos,
imaginar a vida colonial, o período áureo da mineração.
Museu da Liturgia
Cansados e com fome (aí já eram quase 16h), seguimos a indicação da amiga
Débora Ricci e fomos ao Restaurante Bar do Celso, também no Largo das Forras.
Uma portinha, bem simples, mas com uma comida deliciosa e bem acessível (Feijão
Tropeiro para duas pessoas por R$ 47,00). O atendimento não foi muito
simpático, mas não tínhamos pressa, a cerveja estava geladíssima e a comida
valeu a pena.
Restaurante Bar do Celso - foto site conexão jornalismo.
Feijão Tropeiro do Restaurante Bar do Celso.
Voltamos a Pousada e seguimos o ritual de ontem: banho, descanso e
voltamos a noite para o centro histórico. Mas desta vez, optamos por algo mais
light, fomos numa doceria, chamada O Rocambole. Generosos pedaços de rocambole
de doce de leite com maracujá, chocolate, castanhas, limão, amora... entre
outros sabores (R$ 10,00). Além disso, haviam vários outros doces, salgados,
cafés, sucos e etc. Muito gostoso! Mais um passeio a pé pela cidade, aliás,
pairava um clima de tranquilidade. Embora não tenha visto policiais circulando,
todos andavam com calma, com suas máquinas fotográficas, bolsas, celulares, de
maneira causal. Conservamos com umas senhoras e seus cachorros fofos (deu mais
saudade do Severino), namoramos no Largo, passamos na frente de um
velório... Voltamos pra pousada para
descansar, já que no dia seguinte, iríamos para São João Del Rei.
Doceria O Rocambole - foto site badulaquemais.com
Rocambole de doce de leite com amora
Rocambole de doce de leite com maracujá
09 de janeiro
O trem só partia as 13h00, mas o Joel avisou para chegarmos cedo e
sentarmos nos vagões finais para melhorar ver a paisagem (o que ele tinha toda
a razão. Mesmo assim, como Tiradentes já estava conhecida, acordamos mais
tarde, tomamos café, voltamos para o quarto e descansamos. Saímos da pousada
por volta do 12h15 e foi um timing perfeito. A plataforma já estava cheia,
tanto de pessoas que só queriam fotografar o trem, como daqueles que, como nós,
iriam viajar.
Maria Fumaça
No trajeto para São João Del Rei
Sentamos no penúltimo vagão, mas os quase 300 lugares já estavam ocupados
minutos antes das 13h. Os bancos apertados para duas pessoas, mas se dá um
jeito. A viagem foi gostosa e, confesso, que é emocionante andar num trem com
tanta história. Chegando em São João, o Joel estava nos esperando e nos
encaminhou a van que, em minutos, também estava cheia. Começamos o nosso
passeio e aconselho, foi ótimo! Fomos ao Cemitério do Carmo, o único cemitério
antigo coberto do país, depois a Igreja Nossa Senhora do Carmo, ao Pelourinho,
a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, a Catedral de Nossa Senhora do Pilar,
passamos pelo Solar dos Neves, antiga moradia do presidente Tancredo Neves, a
Igreja do Rosário, a Igreja de São Francisco de Assis e o cemitério atrás da
igreja onde estão enterrados o presidente Tancredo Neves e sua esposa, o
chafariz da legalidade, a ponte da cadeia. Alguns passamos só pela frente, mas
paramos e visitamos a maioria. Legal é o Joel, nosso guia, que ia explicando
tudo, inclusive algumas expressões populares, como “lavar a égua”, que surgiu
pois muitos tentavam contrabandear ouro, escondendo entre a sela e o animal, e
quando tiravam o fruto do crime, diziam que a pessoa “lavou a égua”, ou seja,
obteve alguma riqueza, ganhou algo, entre outras coisas. Também narrou fatos
históricos de forma simples, para que todos pudessem entender. Por último, a
visita à fábrica de estanho, que é bem bacana, mas muito aquém das nossas
possibilidades. Não dá para pagar uma caneca de cerveja por 300 reais, rs. Mas
é legal ver a fabricação de qualquer forma.
Cemitério do Carmo
Igreja Nossa Senhora do Carmo
Pelourinho
Igreja Nossa Senhora das Mercês
Catedral Nossa Senhora do Pilar
Igreja de São Francisco de Assis
Túmulo do Presidente Tancredo Neves, no cemitério da Igreja de São Francisco de Assis
Voltamos para Tiradentes pouco depois das 16h. O passeio valeu o preço
cobrado, foi divertido e instrutivo. Não teríamos conseguido fazer nem um
terço, sozinhos e com menos tempo para pegar o trem de volta as 15h. Então,
aconselho você a escolher um dos vários serviços oferecidos. Nós gostamos bastante do
Joel (32) 9964-2122, mas existem outras opções.
Voltando a Tiradentes, para variar, com fome, fomos procurar algum
restaurante que servisse almoço no fim da tarde. Encontramos o Dona Xica,
também no Largo das Forras (sim, tudo acontece lá, rs). Simples e muito
aconchegante, descobrimos que era o seu primeiro dia aberto! A inauguração
oficial seria no sábado, mas já estavam funcionando. Pedimos de entrada
costelinha com mel (de comer rezando de tão deliciosa), e de prato principal,
um tutu à mineira que também estava ótimo.
Tutu a mineira do Dona Xica
Dali, voltamos ao O Rocambole para a sobremesa e quando vimos já eram quase 19h.
Estávamos exaustos, mas felizes com a viagem e com tudo o que vimos. Fizemos
mais uma caminhada pelas ruas do centro histórico e voltamos para a pousada
para arrumar as malas e descansar, para a volta para casa no dia seguinte.
Coisa engraçada em Tiradentes: vimos muitos restaurantes italianos. Mas gente, nós fomos a
Minas Gerais para comer comida mineira,"uai"!
Compras: para não dizer que não compramos nada, trouxemos doce de leite.
Assim, em Tiradentes se você tropeçar ou cai dentro de uma pousada ou dentro de
uma loja de artesanato e móveis de madeira de demolição. É tudo muito lindo,
mas caro. Além disso, é praticamente tudo igual de uma loja para outra, mesmo
estilo, desenhos, estampas. O estilo casa de fazenda não combina com a nossa
casa, então, não rolou. Mas eu queria trazer algo, pois gosto de trazer a famosa "lembrancinha" para
expor e sempre nos lembrar da viagem, mas desta vez, eu vou é imprimir uma foto
mesmo.
Pelas ruas de Tiradentes I
Pelas ruas de Tiradentes II
Vista da Cidade da Igreja de São Francisco de Paula
Vale muito ir. Mas a não ser que você vá fazer turismo ecológico, como as trilhas a pé, de bike entre outras opções, dá para conhecer bem o centro
histórico de Tiradentes em um dia, um dia e meio no máximo. Mas melhor é caminhar
com calma pelas ruas e apreciar a beleza arquitetônica e histórica. São João
Del Rey também leva esse tempo. E não se pode esquecer da comida, que, para nós, é sempre um ponto muito, se não o mais importante. Esqueça a dieta e prove os quitutes mineiros,
com tranquilidade, uma cerveja gelada e/ou uma cachacinha. Não irá se arrepender.