Bom, queríamos viajar para comemorar o nosso aniversário de
casamento, mas tinha que ser para algum lugar próximo (moramos em Jacareí),
pois estamos no meio de reformas na casa.
Optamos por Paraty: 3 horas de distância e, no inverno, sem lotação,
preços mais em conta e tempo seco.
Da nossa região poderíamos escolher dois caminhos para ir
para Paraty: por Ubatuba (cerca de 4 horas) ou por Cunha (cerca de 3 horas).
Escolhemos Cunha porque era uma estrada que ainda não conhecíamos. Saindo
da Dutra, entramos na rodovia 459 que passa por Cunha e que, na sua
continuação, leva até a estrada Cunha-Paraty. Na altura do quilômetro 67, uma
bela cachoeira, onde demos uma paradinha para esticar as pernas.
Cachoeira do km 67
Chegando a
estrada rumo a Paraty é preciso alguns cuidados. Na maior parte do trajeto, o
chão de lajotas é bacana, uma pista para cada lado, com algumas baias de apoio
ao longo do caminho. Não há nenhum ponto turístico, mas a paisagem da Mata
Atlântica preservada é lindíssima. O perigo começa no fim do trajeto. Nos
últimos 8 ou 9 km tem partes com apenas uma pista e muitos, mas muitos buracos
(além de grandes). Mas ainda assim, vale o trajeto, é só tomar cuidado, como em
qualquer viagem.
Chegando ao nosso destino, fomos em direção a nossa
hospedagem. Através do Booking.com, escolhemos a Boutique Hotel Carpem Diem (https://www.boutiquehotel-paraty.com/pt-br),
super perto do centro histórico (cerca de 500m), com ótimas avaliações e preço
dentro do que queríamos pagar. Acertamos em cheio! Pousada linda, super aconchegante,
quarto e banheiros amplos, limpíssimos, cama super confortável e excelente café
da manhã. O Paulo nos atendeu muito bem e nos deu várias dicas de passeio.
Chegamos bem na hora do jogo do Brasil x Bélgica. Como eram
15h e não havíamos almoçado ainda, largamos a bagagem e fomos em direção ao
centro histórico para procurar comida e, claro, um lugar para ver o jogo. Assim
que passamos a ponte nos deparamos com o Restaurante Ondina. Não procuramos,
apenas entramos no primeiro que encontramos. A beira do canal, fomos bem
atendidos enquanto assistíamos ao jogo (e, infelizmente, a derrota) do Brasil.
Pedimos de entrada bolinhos de bacalhau e depois a Lula Recheada com palmito e
camarão no molho de leite de coco. A maior parte dos pratos é para duas
pessoas, apenas uns três, como a lagosta, são individuais, mas o garçom avisa. Bom
atendimento, belo visual e uma boa comida.
Após o almoço/café da tarde, fomos dar uma volta pelo belíssimo
centro histórico. Nos deparamos com uma exposição de arte “Far From Home” sobre
imigrantes na Capela de Nossa Senhora das Dores, a Capelinha (http://www.paraty.com.br/noticiasparaty.asp?id=8958).
Da janela da Capelinha
Voltamos a nossa pousada, descansamos um pouco e depois voltamos para o Centro
Histórico. Passeamos até umas 22h00 e resolvemos voltar para a pousada. Antes,
demos uma parada no “Hambúrguer da Chefa”, perto da prefeitura, onde o maridão
resolveu comer um lanche. Simples e
gostoso, sem exageros, para uma fome de fim de noite.
No dia seguinte, acordamos preguiçosos, afinal estamos de
férias! Tomamos um belíssimo café e nos organizamos.
Na pousada
Bom, aí vem a parte que
depende do seu objetivo. Por exemplo, dá para ir até o pequeno porto e comprar
um passeio com empresas ou alugar um barco com locais e passar o dia conhecendo
ilhas e praias ou você pode escolher uma praia e passar o dia sossegado ou
ainda pode alugar uma bike e explorar a região ou também comprar um passeio e
fazer uma trilha para várias cachoeiras. Enfim, são muitas opções. Nós
estávamos numa vibe de sossego, de relax, então decidimos por ficar numa praia
só.
A pé da nossa pousada, caminhamos uns 15 minutos e chegamos
a deliciosa Praia do Jabaquara. Praia de mar calmo, muitos quiosques para
escolher e “acampar”. Ficamos no quiosque “Casa Nossa”. Chegamos por volta das
10h, eles ainda estavam abrindo, mas o garçom já veio, conversou, falou pra
gente ficar a vontade. Pegamos dumas espreguiçadeiras com um enorme guarda-sol
e lá passamos quase o dia todo. Sol quente e água numa temperatura agradável
criaram um dia de inverno com cara de verão, mas sem a super lotação. Cerveja
gelada, muita água, petiscos de frutos do mar (comemos o “mixto frito” com
lula, camarão e peixe – delicioso!).
Praia do Jabaquara
Perto das 16h fomos dar uma volta no Museu
Forte Defensor Perpétuo, (da praia ao forte levamos cerca de 20 minutos
caminhando) onde, teoricamente, haveria um espetáculo de música, mas estávamos
errados e era lá na Capelinha, a mesma em que fomos ontem. O museu tem um
acervo bem pequeno, mas lá do alto dá pra se ter uma belíssima vista de Paraty.
Se não curte museu, vale pela paisagem e pelas belas fotos.
Vista do Forte
Descemos e fomos para a capelinha. O espetáculo musical faz
parte da programação do projeto “Estações Musicais em Paraty 2018”. Todos os
meses, acontecem shows pela cidade que variam de música clássica a MPB. Nós
assistimos a série Fazendo Sala com o trio de saxofones A Plenos Pulmões, de
Curitiba que tocou sonatas de Bach. Não apenas eles eram excelentes, como entre
cada sonata, um dos músicos falava um pouco sobre a história de Bach e de
alguns instrumentos musicais. Confira a programação para o resto do ano aqui http://www.paraty.com.br/estacoes-musicais-paraty/
Trio de saxofones A Plenos Pulmões
Voltamos para a pousada por volta das 18h. Banho, um
descansinho rápido e voltamos ao Centro Histórico para jantar. Dessa vez o
escolhido foi o restaurante tailandês, Thai Paraty(https://thaiparaty.com.br/two/). Gente,
pensa numa comida maravilhosa! Ambiente acolhedor, colorido, mas sem “gritar”,
ótimo atendimento e uma comida gostosa para guardar na memória. Pedimos de
entrada o Pla muk pad ped (lula grelhada com molho de ostra, cebola, cebolinha
e manjericão tailandês) que é de comer rezando. Quase desistimos dos pratos
principais para pedir vários desse! Depois eu pedi o Chuchi Goony (curry
vermelho com camarão, legumes, folha de limão kaffir e arroz de jasmim e o Léo
pediu o Kaeng Kua Sapparod (curry vermelho com camarão, abacaxi, manjericão
tailandês e arroz de jasmim, servido dentro do abacaxi. Olha, coisa dos deuses.
Esperamos poder voltar em breve. Enquanto isso, eu já estou pesquisando a
receita do Pla Muk para fazer em casa.
Os pratos principais do Thai Paraty
Na sobremesa, resolvemos comer num dos vários carrinhos
espalhados pela cidade vendendo bolos e doces, mas desaconselho fortemente. Os
doces eram horríveis, eu mesma não consegui comer.
Mais uma volta, fomos até a Casa da Cultura ontem estava
rolando outro espetáculo de música, do projeto Estações Musicais, mas era num
ambiente fechado e estava lotado. Ficamos ouvindo um pouco do lado de fora,
depois aproveitamos para ver a exposição e ficamos batendo perna pela cidade
até a canseira do dia de praia bater.
No dia seguinte, café da manhã preguiçoso, um pouco de
leitura no lounge a beira da piscina. Resolvemos ir embora por volta das 11h.
Nos despedimos, agradecemos e pegamos a estrada.
Na pousada
Na volta paramos no Lavandário
em Cunha. Eu sempre tive curiosidade em ir lá, mas confesso fiquei um pouco
decepcionada. Paga-se para entrar (R$10,00 cada), mas não há nada demais:
plantações de lavanda na sua maioria (mas eu esperava uma área maior), placas
explicando a propriedade medicinal de cada espécie e uma lojinha caríssima. É
bonito e dá boas fotos, mas é isso.
Lavandário, Cunha.
Lavandário, Cunha.
Estrada de novo rumo a Guaratinguetá para almoçarmos no
restaurante francês O Paturi (http://www.paturi.com.br/),
dica de um amigo do maridão. Eu havia lido algumas avaliações no Tripadvisor e
não tinha ficado muito animada. Mas valeu muito. Sim, eles precisam redecorar
com urgência, um ambiente muito escuro (tudo com madeira, do chão ao teto),
toalhas de gosto muito duvidoso e banheiros saídos dos anos 70 (assim como a
decoração do salão de jantar). Pelo valor dos pratos individuais, por volta de
R$ 80,00, o ambiente deveria ser mais bonito. Mas mesmo assim, a comida
surpreendeu. Pedimos o couvert completo, que não é nada demais, vários petiscos
como salada, grão de bico, azeitonas verde e pretas e torradas (não pediria
novamente inclusive), mas os pratos principais foram muito bons. Eu pedi o
carro chefe da casa que é o Pato com Laranjas e o Léo pediu o Javali com
cogumelos. Ambos estavam deliciosos, mas confesso que o molho do pato me deixou
maravilhada, realmente muito gostoso.
Pato com Laranja
Dali, com calma, pois o trânsito estava
muito intenso, voltamos para casa e para os nossos dogs.
Para nós, Paraty no inverno foi a melhor opção: calor, mas
não insuportável, na casa dos 28°C, muitos turistas, mas sem lotação, preços
mais baixos para a hospedagem e um diferencial que tem o ano inteiro: gente
simpática e receptiva. Voltaremos, com certeza e em breve. Obrigada Paraty!